terça-feira, 13 de novembro de 2007

"Resposta"

Sempre foram criados como irmãos apesar de não gostarem um do outro como tal, sempre foram amigos e jamais ligaram para outros comentários e nem mesmo sabiam do sentimento compartilhado que tinham um pelo outro, desde quando se conheceram na infância, tempos em que trocavam apenas olhares e palavras de afeto, como bons irmãos que nunca foram. Shiryu sabia que sentia algo dentro de si quando se encontrava com ela, mas, como era ingênuo demais na época, tudo o que conseguia fazer era escrever em um caderno em que não deixava ninguém mexer...

“Bem mais que o tempo
Que nós perdemos
Ficou pra trás também o que nos juntou
Ainda lembro o que eu estava lendo
Só pra saber o que você achou
Dos versos que eu fiz
E ainda espero
Resposta.”

Shunrei sempre sonhava com Shiryu e, desde a infância seus sonhos foram revelando cada vez mais o que ela sentia por seu irmão de criação, por seu melhor amigo, por seu verdadeiro e único amor. Shiryu nunca teve muito tempo para ficar na China e sempre voltava ferido das batalhas. Uma única vez que ficou por mais tempo foi quando voltara cego e perdera por um bom tempo a esperança de recuperação...

“Desfaz o vento
O que há por dentro
Desse lugar que ninguém mais pisou?
Você está vendo o que está acontecendo
Nesse caderno sei que ainda estão

Os versos seus
Tão meus que peço
Nos versos meus
Tão seus que espero
Que os aceite em paz
Eu digo que eu sou
O antigo do que vai adiante
Sem mais eu fico onde estou
Prefiro continuar distante”

Aos 14 anos, Shiryu tornou-se um jovem que aprendeu a não temer a morte com o mestre ancião, sua infância passou tão rápido que ele esqueceu de perguntar ao seu mestre uma coisa, que pareceu não importar muito no início mas que agora faz uma falta gigantesca em sua vida...

“Bem mais que o tempo
Que nós perdemos
Ficou pra trás também o que nos juntou
Ainda lembro o que eu estava lendo
Só pra saber o que você achou

Os versos seus
Tão meus que peço
Nos versos meus
Tão seus que espero
Que os aceite em paz
Eu digo que eu sou
O antigo do que vai adiante
Sem mais eu fico onde estou
Prefiro continuar distante”

Shiryu esqueceu-se de perguntar para seu mestre qual seria o verdadeiro valor que a falta do verdadeiro amor faria em sua vida antes de partir para mais uma das inúmeras batalhas que participaria em sua vida porém, não faria diferença a resposta dele, já que ele transformava a saudade que tinha de Shunrei por um novo e maior motivo para ele sempre lutar e vencer e poder voltar para perto dela...

“Desfaz o vento
O que há por dentro
Desse lugar que ninguém mais pisou?
Você está vendo o que está acontecendo
Nesse caderno sei que ainda estão

Os versos seus
Tão meus que peço
Nos versos meus
Tão seus que espero
Que os aceite em paz
Eu digo que eu sou
O antigo do que vai adiante
Sem mais eu fico onde estou
Prefiro continuar distante”

Shiryu acordara suando novamente, não estava com Shunrei, estava em um hotel pago por Saori Kido enquanto precisasse dele e dos outro quatro cavaleiros de bronze dos quais nem preciso mencionar os nomes, foi quando ele caminhou até a janela e olhou para o céu estrelado dizendo:

- Nosso dia ainda chegará Shunrei, e quando este dia chegar nem precisarei dizer-lhe o que farei porque pelo brilho que seus olhos azuis carregam, acho que não precisa de explicações...

Ao mesmo tempo, na China, Shunrei estava em seu quarto, olhando para o céu azul-escuro da janela de seu quarto, ajoelhada em sua cama disse quase como que num sussurro:

- Eu sei que sim, Shiryu. E neste dia, em que nossos olhares se encontrarem, estarei mais pronta do que nunca estive porque sempre amei e sempre amarei você.

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